O mercado americano é o segundo maior destino para as vendas nacionais. O impacto das tarifas, portanto, será crítico para mais de uma dezena de setores. Segundo a Amcham, as exportações do Brasil para os EUA somaram US$ 20 bilhões no primeiro semestre de 2025. Oito dos dez principais produtos são da indústria de transformação.
Fontes no Palácio do Planalto revelaram ao UOL que a redução da dependência de alguns setores em relação ao mercado americano deve ser uma das consequências da guerra comercial iniciada por Trump.
A avaliação é de que não existem fundamentos comerciais e econômicos que justificassem as barreiras de 50%.
Mas a resposta do Brasil será a de não ampliar os danos para a indústria nacional. Ou seja, uma eventual retaliação contra produtos americanos poderia aprofundar ainda mais os prejuízos para os empresários brasileiros. Ao colocar tarifas contra bens dos EUA, empresas nacionais que dependam desses itens para sua cadeia de produção acabariam vendo um aumento nos custos.
O setor de propriedade intelectual seria uma das saídas para a retaliação. Há 20 anos, foi esse setor que, depois de uma disputa no setor do algodão, forçou os americanos a negociar.
Mas uma das apostas é acelerar as negociações comerciais com outros mercados, como forma de compensar as perdas nos EUA. Segundo os negociadores, o processo vai ser intensificado para fechar abertura comercial com o Canadá, Japão, México, Vietnã, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul e Indonésia.