Início FINANÇAS Ibovespa titubeia com política monetária em foco sem tirar Brasília do radar

Ibovespa titubeia com política monetária em foco sem tirar Brasília do radar


SÃO PAULO, 10 Dez (Reuters) – O Ibovespa opera sem uma tendência clara nesta quarta-feira, quando as atenções se voltam para decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, onde dados de inflação e o cenário político também estão no radar.

Por volta de 10h35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,18%, a 157.693,72 pontos, após marcar 157.624,07 pontos na mínima e 158.624,07 pontos na máxima até o momento. O volume financeiro somava R$1,78 bilhão.

No exterior, de acordo com o responsável pela área de renda variável da Criteria, Thiago Pedroso, o clima é de “véspera de prova” antes da decisão de juros do Federal Reserve, com as apostas sinalizando corte de 0,25 ponto percentual.

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“Ninguém quer errar o tom antes de Powell subir ao palco às 16h30”, afirmou, referindo-se ao chair do Fed, Jerome Powell e à coletiva à imprensa após a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do BC dos EUA, que sairá às 16h (de Brasília).

Para Pedroso, há um consenso não escrito de que a decisão está dada e a dúvida é o discurso. Powell, avalia, terá de equilibrar um Fomc rachado entre quem já vê desgaste no mercado de trabalho e quem teme abrir demais a guarda antes de 2026.

Após o fechamento da bolsa paulista, o Banco Central brasileiro anuncia decisão sobre a Selic, com as expectativas apontando para a manutenção da Selic em 15% e o foco também voltado ao comunicado e sinais sobre os próximos passos.

Mais cedo, o IBGE mostrou que o IPCA acumulou nos 12 meses até novembro alta de 4,46%, de 4,68% em outubro e expectativa de 4,49%, voltando a ficar abaixo do teto da meta pela primeira vez desde setembro de 2024.

Na base mensal, subiu 0,18% no mês passado, abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,20%.

O cenário político nacional também continua no radar dos agentes financeiros.

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“A verdade é que 2026 atropelou 2025”, afirmou Pedroso, da Criteria, acrescentando que o mercado amanheceu tentando entender se o acordo da Dosimetria é “moeda de troca real ou só mais um capítulo da novela Brasília 40 graus”.

Deputados aprovaram na madrugada desta quarta-feira projeto de lei que reduz as penas de condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos relacionados à tentativa de golpe de Estado que culminou em 8 de janeiro de 2023.

Entre os potenciais beneficiados com a medida está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo período em regime fechado pode passar de quase 7 anos para 2 anos e 4 meses.

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“O clima institucional segue pesado e qualquer ruído extra está sendo precificado quase instantaneamente”, acrescentou.

DESTAQUES

  • VALE ON (VALE3) subia 1,39%, endossada pela forte alta dos preços futuros do minério de ferro na China, onde dados fracos da indústria reforçaram as esperanças de um novo estímulo para impulsionar o crescimento econômico em 2026. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou a sessão do dia com alta de 1,85%.
  • PETROBRAS PN (PETR4) tinha variação negativa de 0,41%, em dia de oscilação modesta dos preços do petróleo no mercado externo, onde o barril sob o contrato Brent era negociado com acréscimo de 0,13%.
  • ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) cedia 0,43%, em dia sem sinal único entre os bancos do Ibovespa, com BRADESCO PN (BBDC4) em alta de 0,17%, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) com queda de 0,65%, SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) com declínio de 0,06% e BTG PACTUAL UNIT (BPAC11) subindo 0,23%. Acionistas do BTG e do Banco Pan aprovaram na véspera a incorporação do Pan pelo BTG.
  • AMBEV ON (ABEV3) recuava 3,08%, pesando no Ibovespa, um dia após a maior cervejaria da América Latina anunciar R$7,2 bilhões em dividendos, incluindo dividendo adicional de R$1,8 bilhão, com pagamento previsto neste mês, e pagamento de R$4,2 bilhões em juros sobre capital próprio, a ser realizado em 2026.
  • SUZANO ON (SUZB3) perdia 0,14%, tendo no radar projeção de investimento de R$10,9 bilhões no próximo ano pela maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e manutenção da expectativa de desembolsos de R$13,3 bilhões em 2025. A maior parte da cifra prevista para o próximo ano, R$7,3 bilhões, será desembolsada em manutenção de instalações.
  • CYRELA ON (CYRE3) cedia 0,62%, em meio à proposta de criação de ações preferenciais conversíveis em ações ordinárias e resgatáveis, bem como aumento de capital com capitalização de saldos de reservas de lucros no montante de quase R$2,5 bilhões, com atribuição de 72.800.000 novas ações PN Especiais aos atuais acionistas a título de bonificação.



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