O estudo “Nova Economia da Amazônia”, publicado pela WRI Brasil em 2023, estima a geração de 600 mil a 800 mil empregos até 2050 e um aumento de R$ 38,6 bilhões no Produto Interno Bruto da região caso políticas públicas e investimentos em bioeconomia sejam acertados.
Desde junho de 2024, por meio de um decreto federal, o Brasil tem uma “Estratégia Nacional de Bioeconomia”, que aponta para a criação de um Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio) como instrumento de amplificação da estratégia no país.
Baseada na experiência do Plano Estadual de Bioeconomia do Pará, em vigor há cerca de três anos e pioneiro nesse tipo de experiência governamental no país, a estratégia nacional vem apresentando algumas iniciativas de desenvolvimento.
Prospera Sociobio
Durante a COP 30, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou duas ações voltadas à bioeconomia.
Um deles, o Prospera Sociobio propõe, entre outros pontos, um investimento de R$ 120 milhões para iniciar seis Núcleos de Desenvolvimento chamado de “Sociobioeconomia na Amazônia”, fruto da parceria com o governo da Alemanha.
O primeiro edital prevê a seleção de organizações regionais com experiência no fortalecimento do ecossistema de negócios sustentáveis, com um investimento inicial de R$ 70 milhões, sendo R$ 11,5 milhões para cada núcleo, que pode envolver organizações da sociedade civil, negócios da sociobioeconomia, institutos de pesquisa, ensino e extensão, institutos de ciência, tecnologia e inovação, entidades de assistência técnica e extensão rural, instituições financeiras e outros.
Bioeconomy Challenge
Também durante a COP 30, o MMA lançou o Bioeconomy Challenge, uma plataforma global que funcionará até 2028 com metas para transformar os 10 Princípios de Alto Nível da Bioeconomia em ações concretas.
Envolvendo governos, empresas, academia, sociedade civil e especialistas de mais de 20 países, o Bioeconomy Challenge propõe definir metas concretas para bioeconomia, buscar financiamento e mercados e consolidar a sociobioeconomia como estratégia de desenvolvimento, envolvendo diretamente as pessoas e as comunidades.
A iniciativa terá quatro grupos de trabalho especializados: métricas e indicadores, com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); mecanismos de financiamento, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); desenvolvimento de mercado e comércio, com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês); e sociobioeconomia e benefícios comunitários, com World Resources Institute.
Pioneiro a nível de Brasil, o Pará já vem alcançando escala com a bioeconomia. De acordo com os dados da Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade, 2,3 mil negócios foram alcançados por meio do Plano Estadual de Bioeconomia, iniciado em 2022, movimentando R$ 9 bilhões em 13 cadeias produtivas.
O montante representa hoje 3,8% do PIB do estado, atingindo mais de 400 mil famílias paraenses.
Em outubro passado, dentro das medidas do Plano Estadual, foi entregue o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, em Belém, integrando pesquisa e desenvolvimento a nível industrial com os saberes tradicionais, com o objetivo de transformar a biodiversidade amazônica em negócios sustentáveis.





