O deputado estadual Júlio Campos (União) afirmou que a resistência do governador Mauro Mendes (União) ao reajuste salarial de 6,8% aos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está ligada ao receio em criar dificuldades financeiras para seu futuro substituto.
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Segundo o deputado, o governador adota uma postura rígida para evitar que a medida gere impactos que ultrapassem seu período no comando do Estado.
Júlio explicou que o governo trabalha com um orçamento “subdimensionado”, apesar do cenário de forte arrecadação. Ele lembrou que, até novembro de 2025, o Estado já havia atingido cerca de R$ 50 bilhões em receita, o que garante um superávit estimado entre R$ 12 e R$ 14 bilhões.
Mesmo assim, o Executivo sustenta que qualquer reajuste pode desencadear um efeito cascata em outros poderes e comprometer compromissos assumidos com obras e convênios municipais.
“O governador diz que é um homem responsável com as finanças públicas e que não quer deixar nenhum pepino para o sucessor, como diz o termo popular, nenhuma extravagância para o vice ou, então, para o sucessor do vice em 2027”, afirmou.
Júlio ressaltou que, com a possibilidade de Mauro deixar o cargo em abril para disputar o Senado, a preocupação do Executivo é não criar obrigações que recaiam sobre o vice-governador ou sobre quem assumir o Estado a partir de 2027.
Apesar de considerar prudente parte do argumento do governo, o deputado destacou que existe um grupo na Assembleia que defende um reajuste mais robusto aos servidores estaduais, especialmente no caso da RGA (Revisão Geral Anual), como forma de reparar a defasagem acumulada durante a pandemia.
“Nós defendemos que o RGA tem que ser reposto, nem que seja em etapas”, disse.
Júlio citou que o índice previsto para 2025 é de aproximadamente 4,5%, mas que seria possível acrescentar gradualmente um percentual extra referente aos três anos de perdas inflacionárias durante a crise sanitária.
“Se fosse 4,5% mais 3%, por exemplo, já se começaria a corrigir um atraso que chega a 18%”, argumentou.
