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“Líderes devem demonstrar bravura de Lula”, diz prêmio Nobel sobre tarifaço de Trump


O economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel e professor da Universidade Columbia, elogiou nesta terça-feira (29) a postura do Brasil e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

No artigo “A brava posição do Brasil contra Trump”, distribuído a jornais internacionais, Stiglitz afirma que “assim como a China, o Brasil se recusa a ceder à intimidação americana” e que Lula “está defendendo a soberania de seu país, não apenas no domínio do comércio exterior, mas também ao regular as plataformas tecnológicas controladas pelos EUA”.

O Nobel acusa Trump de agir contra o Estado de Direito, afirmando que “ignora a Constituição dos EUA” ao tentar impor a tarifa como forma de forçar o Brasil a encerrar o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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“Eis aqui, portanto, Trump infringindo o Estado de Direito ao exigir que o Brasil, que tem cumprido todos os limites do devido processo legal no julgamento de Bolsonaro, também o infrinja”, escreveu.

Stiglitz também lembrou que o Congresso americano nunca autorizou tarifas como instrumento para forçar outro país a obedecer ordens políticas presidenciais: “Trump não conseguiu citar nenhuma lei que lhe desse sequer uma mínima fachada para suas ações inconstitucionais.”

O economista reproduziu a declaração recente de Lula sobre o caso: “não é um gringo que vai dar ordens a este presidente” e que a medida de Trump representa uma “chantagem inaceitável”. Para Stiglitz, a motivação do governo brasileiro não é política interna, mas a “crença genuína no direito do Brasil de definir suas próprias políticas, sem interferência externa”.

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“Sob a liderança de Lula, o Brasil optou por reafirmar seu compromisso com o Estado de Direito e a democracia”, escreveu o prêmio Nobel. “Devemos ter a esperança de que outros líderes, de países grandes e pequenos, demonstrem bravura semelhante diante da intimidação do país mais poderoso do mundo.”

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Além de Stiglitz, figuras de destaque no cenário político e econômico mundial já se manifestaram contra a tarifa e em defesa da posição brasileira. Na última semana, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, chamou a medida de “totalmente insana” e disse que o Brasil tem a oportunidade de “se posicionar pelo futuro da humanidade”.

Editorial do Washington Post e coluna no Financial Times também argumentaram que a política de Trump está produzindo efeito contrário ao desejado, fortalecendo Lula politicamente e prejudicando setores alinhados ao ex-presidente Bolsonaro.

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A ameaça de Trump, anunciada no início de julho, está programada para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º). O governo americano condicionou a retirada da medida ao fim do julgamento de Bolsonaro e à flexibilização de regras brasileiras sobre empresas de tecnologia, demandas que Brasília considera inaceitáveis.

O vice-presidente Geraldo Alckmin lidera as negociações, mas as conversas com Washington seguem travadas, sem expectativa de acordo antes do prazo final.



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