Início NACIONAL Lula quer ir ao STF para reverter derrota do IOF no Congresso

Lula quer ir ao STF para reverter derrota do IOF no Congresso


Iniciativa deve partir do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; Supremo tem maioria pró-Planalto e eventual vitória do governo abrirá conflito com Legislativo

Em derrota histórica para o 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrantes da base do governo avaliam uma judicialização da derrubada do IOF (Imposto sobre Operações de Crédito). Isso significa levar o tema ao STF (Supremo Tribunal Federal). A justificativa é de que não houve valor exorbitante no texto dos impostos propostos no decreto apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

A proposta é defendida pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Mais cedo, em publicação no X (ex-Twitter), declarou que não há qualquer base jurídica para o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que foi aprovado. “A arrecadação prevista para 2025, que era de R$ 20 bilhões no decreto anterior, caiu para R$ 12 bilhões com o novo decreto”, escreveu.

Gleisi e os governistas dizem que, com a derrubada do decreto e a rejeição da MP (Medida Provisória), uma das soluções é contingenciar as emendas dos congressistas, o que pode deteriorar a relação do Planalto com o Congresso.

“As emendas parlamentares também serão afetadas pela derrubada do Decreto. Em 2025, o contingenciamento adicional de emendas será de R$ 2,7 bilhões, somando-se aos R$ 7,1 bilhões já contidos, resultando no total de R$ 9,8 bilhões. Em 2026, considerado apenas o efeito dessa medida, a derrubada do decreto resulta em perda de R$ 7,1 bilhões para as emendas parlamentares”, disse.

Uma eventual vitória do Planalto no Supremo pode abrir um conflito com o Legislativo. Apesar disso, o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), diz que a relação não está estremecida e que os Poderes trabalham para fazer “justiça tarifaria”, mas ele entende que houve um combinado desconhecido pelo governo entre os presidentes da Câmara e do Senado.

Jaques esteve com Lula e Gleisi pouco antes do revés no Congresso, o chefe do Executivo deve convocar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e os líderes da base para discutir valores alternativos para a compensação. Caso não cheguem a um acordo, o governo terá menos dinheiro para bancar a máquina pública. Terá que aumentar as restrições no Orçamento.

O texto foi aprovado na noite desta 4ª feira (25.jun) no Senado em votação simbólica, ou seja, sem contagem nominal dos votos. Mais cedo, passou na Câmara com 383 votos a favor e só 98 contra.

Saiba como votou cada deputado que aprovou o PDL 314 de 2025 –projeto que revoga todo o decreto do governo que aumentou o IOF (clique nas colunas para reordenar por nome, partido, UF e voto; para abrir em outra aba, clique aqui):



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