O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), usou sua participação na COP 30, em Belém (PA), para criticar duramente a forma como a legislação ambiental é aplicada no Brasil. Segundo ele, o meio ambiente tem sido utilizado “não para proteger, mas para travar o país”, criando obstáculos à infraestrutura e ao crescimento econômico.
Mendes citou como exemplo a BR-158, no nordeste mato-grossense, que permanece com trechos sem pavimentação por atravessar uma área indígena. Ele afirmou que a rodovia, essencial para o escoamento da produção agrícola, está há décadas em situação precária por causa de ações judiciais e pressões de organizações não governamentais.
“É uma tristeza ver o uso que se faz do meio ambiente para prejudicar o Brasil. Essa estrada existe há quase cem anos, passa por dentro de uma reserva e por ela circulam milhares de carretas por dia. Mas asfaltar não pode, porque ONGs convenceram os índios de que isso seria um problema. Enquanto isso, morrem pessoas e o sofrimento continua”, declarou o governador.
Mendes foi além e acusou grupos internacionais de interferirem em decisões estratégicas do país. Para ele, parte dos entraves ambientais atende a interesses estrangeiros contrários ao avanço da logística brasileira.
“Tem gente fora do Brasil que não quer ver nossa infraestrutura melhorar. Aí contratam ONG, contratam índio, contratam alguém para falar mal daquilo que o mundo inteiro faz. É hipocrisia”, afirmou.
O governador defendeu uma postura mais nacionalista e equilibrada diante das questões ambientais, dizendo que o país precisa “de menos ideologia e mais bom senso”.
“Precisamos de patriotismo e coragem para fazer o que é bom para os brasileiros, inclusive para as comunidades indígenas. Não dá para achar que uma estrada de lama e poeira é mais sustentável que um asfalto que traz segurança e qualidade de vida”, completou.
Mendes também apontou o que considera contradições na legislação ambiental, como a proibição de substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto.
“Todos os anos se derrubam árvores para consertar as mesmas pontes. Mas, se quiser construir uma ponte de concreto, não pode. Isso é um absurdo. Essa hipocrisia precisa acabar no Brasil”, concluiu.
A fala de Mauro Mendes ocorre em meio aos debates da COP 30 sobre sustentabilidade e preservação, reforçando o discurso de que desenvolvimento e proteção ambiental podem coexistir, desde que, segundo ele, “sem travas artificiais impostas por interesses externos.”
