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Jayme tem cobrado de Mauro participação no processo de definição. Clima entre os dois, hoje, não é tão cordial como era antes
O que era para ser uma reunião dos líderes do União Brasil deu espaço a um encontro de cúpula para aparar arestas, mas acabou deixando o governador Mauro Mendes ainda mais distante de uma eventual disputa majoritária em 2026.
Na reunuão de cúpula, no Palácio Paiaguás, na noite de segunda-feira (14), o chefe do Executivo Estadual reafirmou seu apoio pessoal à candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta à sucessão estadual, ao mesmo tempo em que admitiu respeitar a decisão soberana do partido e de seus filiados.
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Na mesma mesa ,estiveram sentados o governador, o senador Jayme Campos e os deputado estaduais Eduardo Botelho, Dilmar Dal´Bosco (secretário-geral do União) e Júlio Campos.
Mauro reafirmou apoio pessoal a candidatura do Pivetta (Republicanos), que, em nenhum momento do encontro, chegou a ter suas pretensões eleitorais rejeitadas pelos presentes,, mas ficou claro que a decisão final caberá ao União Brasil.
Portanto, se o senador Jayme Campos decidir disputar as eleições, seja para governador ou à reeleição, poderá entrar na briga, que a decisão do partido será “soberana e respeitada”.
A reunião que foi agendada na última sexta-feira para segunda-feira (14), na sede do União, mas foi transferida para o Palácio Paiaguás, em caráter reservado, conforme revelou o programa “Resumo do Dia”, do ex-prefeito Roberto França, na TV Rondon..
O encontro contou com as presenças de políticos e empresários, como Blairo Maggi (PP), Erai Maggi, O presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), e os deputados Nininho, Diego Guimarães, Walmir Moretto e os ex-deputados Neri Geller e Adilton Sachetti
“Sentamos e discutimos todas as possibilidades e candidaturas para o Governo do Estado, para o Senado e, principalmente para deputados federais e estaduias, pois o partido é composto por todos os cargos e, na estrutura político-partidária, deputados federais têm mais peso”, disse Eduardo Botelho.
Segundo o parlamentar, as arestas “foram aparadas! e a reunião foi para avaliar pesquisa qualitativa, mas sem decisões partidárias e, sim, pessoais.
Inclusive, da primeira reunião, no último dia 8, no apartamento de Pivetta, participaram Cidinho Santos (PP), primeiro suplente do senador Wellington Fagundes (PL), pré-candidato a governador, Jair Bolsonaro, e o empresário Mauro Carvalho, que, mesmo sendo beneficiado com uma eventual eleição do liberal, hipotecou apoio a Pivetta, por pertencer ao grupo político do governador Mauro Mendes.
Eduardo Botelho observou que o União Brasil vai correr para formalizar candidaturas proporcionais e construir um projeto de Governo, como sempre defendeu o senador Jayme Campos, para quem um partido dessa envergadura não pode abrir mão de disputar todos os cargos com o volume de nomes que tem à disposição.
Nas idas e vindas do Uniâo Brasil, que acaba misturando decisões pessoais com partidárias, Botelho assinalou que o próprio Mauro Mendes ficou de decidir, ainda neste ano, seu futuro político. OU seja, se ele permanece até o final domandato no Palácio Paiaguás, diante do volume de obras que ainda tem para serem finalizadas, se disputa um novo mandato eletivo, o que lhe obrigaria, em conformidade com a legislação eleitoral, a se desincompatibilizar do cargo.
Sendo candidato e se desincompatibilizando do mandato, Mauro coloca Pivetta em situação privilegiada, pois ele passaria a disputar as eleições como governador, o que muitos consideram como “metade do caminho para vitória percorrido”.
O aceno de Mauro Mendes pela unidade do União Brasil ,que já é tratado nas rodas políticas como “Desunião Brasil” ,foi no sentido de o grupo político marchar de forma unificada. Ou seja, ou todos sentam na mesma mesa e trabalham em um único sentido, ou vão abrir espaços para a oposição crescer.
Até mesmo uma eventual coligação com o PL foi discutida no encontro, mas sem assimilar a imposição dos nomes do senador Wellington e do deputado federal José Medeiros (PL), que não recuariam em disputar o Governo e uma vaga no Senado da República. O PL vem com as cabeças de chapas decididas, o que o próprio União teria rechaçado, até por entender que tem maiores chances em ter seu projeto.
Mesmo completando, em 2026, metade do seu segundo mandato como senador – terá mais quatro anos de mandato – e tendo sido companheiro de chapa de Mauro Mendes em 2022, Wellington Fagundes já afirmou que não recua da disputa. Isso torna mais improvável uma coligação com o União, mesmo sendo o senador da ala menos radical que a do deputado José Medeiros, extrema-direita, e com quem o União Brasil acredita ser dificil um entendimento.
No passado, o PL e o então DEM, hoje União Brasil, que nasceu da fusão com o PSL, partido que elegeu em 2018, Jair Bolsonaro, presidente da República, tendo caminhados juntos.
Certo mesmo é que, a cada reunião, muito se discute, muito se debate e, até mesmo, se decide que haverá disputas. Mas, são decisões de grupos e pessoas, com validade limitada e muito mais a titulo de expectativa de poder e de candidaturas. Antes de mais nada, se faz necessário respeitar os prazos eleitorais, que não deixam margem para os partidos polĩticos realizarem escolhas antes do período compreendido entre 20 de julho e 5 de agosto, prazo legal para realização de convernções partidárias que homologa sds candidaturas, as convenções e as federações.
Muita água ainda vai passar por debaixo da ponte, até que as candidaturas estejam colocada. Os partidos e os políticos correm na expectativa de ganhar o apoio popular, porque em Mato Grosso, desde à Constituição Federal de 1988, que instituiu as eleições majoritárias para o o Executivoem dois turnos, caso nenhum dos candidatos obtenha 50% dos votos válidos mais um voto, nenhum candidato favorito ao Governo do Estado enfrentou um segundo turno. OUu seja, todos os favoritos acabaram eleitos no primeiro domingo de outubro do ano da eleição.
Já para presidente da República e para prefeito de Cuiabá. acontece o inverso. Desde 1988, nenhum dos candidatos a presidente ou a prefeito ganharam as eleições no primeiro turno.
Resta esperar para ver o que vai acontecer e quem, na realidade, irá disputar as eleições para o Governo de Mato Grosso, para as duas vagas para o Senado – que ainda têm o senador e ministro Carlos Fávaro (PSD) candidato à reeleição – as 10 vagas de deputado federal e as 30 vagas de deputado estadual.
Muita coisa ainda vai acontecer.