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O governador Mauro Mendes e o presidente Jair Bolsonaro ,que são aliados políticos contra o STF
O governador Mauro Mendes (União Brasil) condenou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar, na segunda-feira (5), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nas redes sociais, o gestor estadual classificou a medida como “injusta e desnecessária” e fruto de um processo político “desequilibrado”.
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Para o chefe do Executivo estadual, a decisão representa mais um episódio do que chamou de “triste história de polarização política e ideológica” vivida pelo país.
Ele criticou o que considera uma seletividade nas ações judiciais, afirmando que, enquanto criminosos confessos são inocentados e grandes traficantes são postos em liberdade, um ex-presidente é preso por um “suposto golpe que nunca aconteceu”.
“Mais uma mácula no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial”, escreveu Mauro Mendes, no Instagram, ao comentar a medida contra Bolsonaro.
Ele também alertou para o agravamento de problemas estruturais no Brasil, como a crise fiscal, a Previdência Social e o avanço de facções criminosas.
O governador também afirmou que é preciso reagir aos “excessos e ilegalidades” cometidos por qualquer cidadão ou autoridade pública.
“Não podemos aceitar autoritarismo em nome da democracia”, disse Mauro.
E defendeu um retorno do foco às pautas que, de fato, contribuam para a construção de uma nação “livre, soberana e democrática”.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada por Moraes após constatação de que o ex-presidente violou medidas cautelares anteriormente impostas, como a proibição de uso das redes sociais.
Segundo o STF, Bolsonaro utilizou perfis de aliados e de seus filhos parlamentares para continuar se manifestando, veiculando conteúdos que, segundo o ministro, instigam ataques ao Supremo e sugerem intervenção estrangeira no Judiciário.
Diante do descumprimento das determinações judiciais, a Corte considerou necessário aplicar medidas mais rígidas.
O ex-presidente vai cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, está proibido de receber visitas (exceto familiares e advogados) e teve os celulares de sua residência recolhidos.
A decisão ocorre em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2023, que segue em curso no Supremo Tribunal Federal.
A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão domiciliar.