Início GERAL Mauro “segura” deputados e evita CPI sobre os consignados

Mauro “segura” deputados e evita CPI sobre os consignados


Reprodução/Secom-MT

O governador Mauro Mendes (detalhe) não resistiu às denúncia sobre irregularidades na concessão de consignados dos servidores do Estado

O Governo do Estado começou uma “operação abafa”, liderada pelo próprio chefe do Executivo, Mauro Mendes (União Brasil), para conter a revolta dentro da Assembleia Legislativa por causa dos últimos embates entre membros do Poder e deputados, que criaram um clima de conspiração e, principalmente, de esvaziamento decorrente da antecipação do processo eleitoral de 2026.

Durante quase toda a manhã de quarta-feira (25), o governador e os deputados estiveram reunidos, tanto que já passava das 11 horas quando a sessão ordinária da Assembleia foi iniciada e culminou com a votação de 22 projetos de lei, sendo quatro aprovados em definitivo; um deles, a mensagem do Governo e que trata da flexibilização do uso da hora-atividade pelos professores da rede pública estadual de ensino.

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Cinco pedidos de vistas foram atendidos e 13 projetos de lei de autoria dos deputados e um do Tribunal de Justiça foram aprovados em primeira votação e ainda devem passar por mais uma votação, para serem apreciadas em definitivo.

Certo mesmo é que o governador Mauro Mendes contornou a crise instalada, uma vez que o Legislativo já tinha o número necessário de assinaturas para o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apuração das irregularidades nas operações consignadas de servidores do Poder Executivo.

Também destacaram decretos legislativos sustando atos do Executivo, como o relatório de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), que levou a instauração do inquérito criminal para apuração de possível desvio na aplicação de recursos decorrentes de emendas parlamentares encaminhadas a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) para aquisição de kits agrícolas, no valor de R$ 28 milhões, dos quais pouco mais de R$ 10 milhões estariam com sobrepreço de até 80%.

A crise foi amenizada ainda pela ausência da deputada Janaina Riva (MDB), hoje uma das mais críticas do Governo Mauro Mendes; do Dr. João (MDB), de Eduardo Botelho (União) e Júlio Campos (União, entre outros que se encontravam ou em viagem ou substituídos por suplentes, respeitando a política de rodízio entre titulares e suplentes e seus partidos.

É importante lembrar que o açodamento entre deputados estaduais e setores do Governo do Estado se iniciou com a fala do secretário-chefe da Casa Civil, deputado federal licenciado Fábio Garcia, que teria avisado a prefeitos que emendas de Janaina não seriam pagas.

Depois, o caso ganhou novos contornos com a crise das operações consignadas que levaram o funcionalismo público  estadual ao superendividamento e que, agora, se instalou nas apurações de possível desvio de função na aplicação de recursos de emendas parlamentares destinadas para adquirir kits agrícolas para a agricultura familiar.

Mesmo com “panos quentes” na relação, o governador Mauro Mendes confirmou que o controlador-geral do Estado, Paulo Farias, estará, nesta quinta-feira (26), na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa prestando esclarecimentos a respeito das apurações da CGE sobre as emendas encaminhadas a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar.

Entre os anos de 2022, 2023 e 2024, os deputados estaduais empenharam R$ 105.81 milhões em emendas, dos quais R$ 95.947 milhões foram liquidados e R$ 91.957 milhões pagos. O que representa dizer que pouco mais de R$ 10 milhões supostamente superfaturados ou cobrados em forma de sobrepreço representam pouco menos de 9,5%, se se levar em consideração o total empenhado: 10,42%, se mensurado o valor liquidado, e 10,9%, se comparado com o valor pago.

Nestes valores, não foram somadas as emendas apresentadas, liquidadas e pagas em de 2025.

O clima era tão diferente, após a reunião com o governador Mauro Mendes com os deputados estaduais, que o próprio líder do Governo, Dilmar Dal’Bosco (UB), que teve que gastar muita saliva, nos últimos dias, quando questionado a respeito da crise se limitou a dizer: “Que crise?”





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