Em meio ao crescente debate sobre a descarbonização do transporte público, o Ministério das Cidades não possui um banco de dados próprio sobre o tamanho e as características da frota de ônibus urbanos. A pasta é a responsável pela promoção das políticas de mobilidade no país.
O Brasil tem hoje pouco mais de mil ônibus elétricos, de acordo com a plataforma E-Bus Radar, utilizada por pesquisadores e instituições que discutem a eletrificação do transporte público no país.
Já a frota total de ônibus no Brasil, somando os movidos a combustíveis fósseis, híbridos e elétricos, é estimada em 107 mil pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Questionado pela reportagem do Metrópoles, o Ministério das Cidades não enviou um posicionamento sobre as razões que explicam a falta de informações sobre o tema.
“O ministério é um promotor de políticas públicas, e isso requer um bom conhecimento da realidade do país. A aplicação de recursos federais deve ser baseada em critérios técnicos, portanto, em dados o mais preciso quanto possível”, afirma Luiz Carlos Néspoli, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP).
Na mesma linha, o gerente de monitoramento e avaliação do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), Leonardo Veiga, destaca a dificuldade de pensar políticas públicas sem bases de dados.
“Uma base de dados sistematizada de frota veicular nos permitiria compreender melhor o perfil tecnológico da frota e desenvolver políticas públicas mais robustas e baseadas em evidências. Acreditamos que é fundamental avançar na sistematização de dados e indicadores”, aponta Veiga.
Uma lenta mudança de rota
Nesta sexta-feira (15/8), o Metrópoles lançou o podcast “Uma lenta mudança de rota”, que aborda os desafios para a eletrificação da frota de ônibus no país, além de discutir as vantagens dessa transformação.