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MP aponta “time do crime” no júri de homicídio e cita selfie de acusados sorrindo após mortes: “ação arquitetada”



Em um dos momentos do julgamento pelo duplo homicídio do Shopping Popular de Cuiabá nesta quarta-feira (12), a promotora do Ministério Público (MPMT) Élide Manzini de Campos exibiu uma selfie em que os acusados, Vanderley Barreiro da Silva e Sílvio Júnior Peixoto, aparecem sorridentes menos de três horas após os assassinatos. 

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A promotora usou a imagem para refutar a defesa de Vanderley: “Essa feição denota que ele estava muito triste e infeliz?”. As fotos e mensagens trocadas pelos réus no dia do crime tornaram-se peças centrais na acusação, que busca comprovar a participação conjunta da mãe de Vanderley, Jocilene Barreiro da Silva, no suposto homicídio por encomenda motivado por vingança.

Em seguida, a promotora passa a detalhar o dolo de cada um dos réus, argumentando que Jocilene não é inocente. “Ela não é”, reforça.

Para explicar a corresponsabilidade, utiliza uma analogia: “Quando alguém morre atropelado durante um racha, todo mundo responde pela morte? É só o motorista o culpado? Não. Então quero deixar claro que entendam: várias pessoas participam, e uma atropela. A pessoa sozinha não comete o crime. A ação criminosa aqui foi do Sílvio, mas a vontade de vingança foi maior. Se Vanderley e Jocilene não tivessem feito parte da ação criminosa, que foi arquitetada, não responderiam? É um time”, conclui.

Promotora apresenta áudios e reforça participação de Jocilene e Vanderley

“Eu queria ser uma mosca para ver a cara da dona Jocilene. As provas mostram que ela fez, sim. No Direito, não temos matemática, senão seria impossível”, afirma a promotora, ao destacar a clareza das evidências reunidas no processo. 

Na sequência, ela exibe transcrições de áudios. Um deles, gravado no dia 23 de novembro, data do crime, mostra Vanderley chamando um interlocutor de “compadre”, às 10h59. Pouco depois, às 13h53, ao compadre, ele afirma que estavam indo embora e descreve que “o tiro foi bem de perto”.

“Ele demonstra ciência do crime”, destaca a promotora. Ainda no mesmo dia, segundo a transcrição, Vanderley enviou uma mensagem de áudio após as 20h, dizendo ao amigo que ‘Gersino não iria comer mais arroz com feijão’.

Promotoria descreve participação de Jocilene no crime e aponta motivação por vingança

Delineando a conduta de Jocilene, o Ministério Público afirmou: “A maldade não tem idade. Não tem rosto. As investigações deixam clara a conduta dela. Ela estava a todo momento questionando se iria dar certo. A gente não se atenta a uma mãe dolorida.”

O MP destacou que Jocilene chegou a aparecer em uma selfie e, posteriormente, apresentou transcrições de mensagens nas quais ela fala sobre vingança: “O que ele fez com meu filho, pagou.”

O julgamento dos três acusados pelo duplo homicídio ocorrido em 23 de novembro de 2023, no Shopping Popular de Cuiabá, será retomado nesta quinta-feira (13), às 9h, no Fórum da Capital. A sessão é presidida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal, e integra as ações do Mês Nacional do Júri, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Andamento do julgamento

A sessão do Tribunal do Júri teve início na manhã desta quarta-feira (12) e contou com oitiva de testemunhas, interrogatórios dos réus e início dos debates orais. Após a sustentação do Ministério Público, no início da noite, as defesas começaram os debates. Depois haverá pausa para o jantar e a suspensão para prosseguir o julgamento amanhã (13).

Resumo do caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público, mãe e filho, Jocilene Barreiro da Silva e Vanderley Barreiro da Silva, teriam encomendado a morte do lojista Gersino Rosa dos Santos por vingança pela morte de um familiar. 

O executor contratado, Sílvio Júnior Peixoto, teria entrado no Shopping Popular, se aproximado pelas costas de Gersino e efetuado dois disparos na nuca.

Um dos projéteis atravessou o corpo de Gersino e atingiu o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, que estava na linha de tiro, causando também sua morte. 



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