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O que esperar do pacote do governo para amenizar impacto do tarifaço de Trump


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva prepara um pacote de medidas para reduzir os efeitos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a milhares de produtos brasileiros. Embora o Brasil tenha tido a mais longa lista de exceções entre os países atingidos pelas taxas de Donald Trump, o que sobrou estará sujeito à maior alíquota do mundo.

O anúncio está previsto até a próxima terça-feira (12), segundo o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, que afirmou que o plano foi apresentado ao presidente e aguarda aprovação final.

A estratégia deverá ser anunciada em fases, priorizando setores mais expostos e com menor capacidade de absorver perdas, como produtores de alimentos perecíveis e empresas fortemente dependentes do mercado americano. De acordo com Alckmin, haverá uma “régua” para diferenciar o apoio: setores que destinam 50% ou mais da produção para exportação aos EUA devem receber tratamento prioritário, enquanto aqueles com maior foco no mercado interno terão menos benefícios.

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Possíveis medidas em discussão

Segundo a o jornal Folha de S.Paulo e a emissora GloboNews, entre as ações estudadas estão:

  • Linhas de crédito emergenciais com prazos estendidos e juros reduzidos, especialmente via BNDES;
  • Programas de compras públicas para absorver produtos que perderam espaço no mercado americano;
  • Adiantamento de créditos tributários para reforçar o caixa das empresas;
  • Adiamento temporário de impostos federais, com cobrança retomada antes do fim do ano;
  • Medidas de preservação de empregos, como a reativação de programas de manutenção de postos de trabalho.

O plano também pode incluir ações de reciprocidade com base na Lei da Reciprocidade, caso as negociações com Washington não avancem. A medida permite retaliar restrições impostas ao Brasil, inclusive em áreas estratégicas como medicamentos e energia.

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Foco nos setores mais impactados

Alckmin destacou que mesmo dentro de um mesmo segmento haverá diferenças na aplicação das medidas. No setor pesqueiro, por exemplo, a tilápia tem consumo majoritariamente interno, enquanto o atum é voltado quase integralmente à exportação. “Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma diferenciação de quem exporta mais e menos”, explicou.

Veja os setores exportadores do país impactados pelas tarifas de Trump:

Setor Participação nas exportações para os EUA
Agropecuária 25%
Indústria de transformação 40%
Mineração e metalurgia 15%
Energia e derivados 10%
Outros 10%

A GloboNews afirma que a definição das empresas beneficiadas será criteriosa. Lula pediu uma análise “CNPJ por CNPJ” para evitar que companhias não afetadas pelo tarifaço se beneficiem indevidamente, como ocorreu em programas emergenciais do passado, como o Perse.

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O pacote deverá ser anunciado de forma escalonada: a primeira leva de medidas já na próxima semana e, posteriormente, ajustes de médio e longo prazo conforme o impacto das tarifas se torne mais claro. Mais de 7.700 itens brasileiros, que respondem por cerca de 40% das exportações aos EUA, estão na lista dos produtos atingidos.

A avaliação do Palácio do Planalto, conforme a Folha de S.Paulo, é que uma resposta gradual pode evitar o aumento da tensão comercial com Washington, enquanto medidas internas ajudam a manter empregos e mitigar prejuízos imediatos.



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