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O que fez o Ibovespa subir mais de 1% no mesmo dia em que o tarifaço entrou em vigor?


O Ibovespa voltou a testar a linha dos 135 mil durante a sessão, algo que não ocorria desde 24 de julho, e conseguiu retomar a marca de 134 mil pontos em fechamento, atingindo assim seu maior nível de encerramento desde o último dia 23, há duas semanas. Isso apesar do dia poder apontar para aversão a risco, uma vez que a partir desta quarta (6) passou a vigorar as tarifas de 50% dos produtos exportados dos EUA (considerando também a lista de exceções de 694 produtos).

Nesta quarta, o índice da B3 oscilou dos 133.169,04 até os 135.240,61 pontos, ao fim em alta de 1,04%, aos 134.537,62 pontos, com giro a R$ 22,2 bilhões nesta quarta-feira. Na semana o Ibovespa sobe 1,59% e, no mês, avança 1,10% no agregado de quatro sessões. No ano, a alta é de 11,85%.

Um ganho diário na casa de 1% também não era visto na B3 desde 3 de julho, nesta quarta, mais de um mês. Foi também a terceira alta consecutiva para o Ibovespa, o que não acontecia desde o intervalo entre 10 e 12 de junho, há quase dois meses.

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Entre os grandes bancos, destaque neste meio de semana para a alta de Itaú PN (ITUB4; +1,26%), o principal papel do setor financeiro, impulsionado pelo balanço do segundo trimestre, muito bem recebido pelos investidores.

Com lucro recorde para o período, maior rentabilidade entre seus pares, tendências sólidas para as margens, crédito crescendo e inadimplência controlada, a ação do banco foi destaque de alta e pelo peso no Ibovespa, foi contraponto importante ao desempenho negativo de Vale (VALE3) no fechamento.

O comando do Itaú sinalizou também que, com capital excedente, distribuirá dividendos adicionais no começo de 2026, reporta o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Com a guinada do positivo ao negativo para o Brent e o WTI no início da tarde – a quinta perda seguida para as duas referências, em meio a receios quanto ao nível de oferta da commodity -, Petrobras (PETR3;PETR4) sustentou leve ganho na PN (+0,12%), mas devolveu a alta da ON (-0,23%) no fechamento. Vale ON, por sua vez, recuou nesta quarta 0,63%, impedindo que o ganho do Ibovespa fosse maior na sessão, assim como a perda de força em Petrobras do meio para o fim da tarde.

Na ponta vencedora do índice da B3, RD Saúde (RADL3; +18,67%), após a divulgação do balanço trimestral. O papel da rede farmacêutica liderou as negociações da B3 na sessão em volume de negócios. Na visão do Santander, a companhia parece ter “atingido o fundo do poço” nas margens no primeiro semestre, abrindo espaço para revisões positivas de lucro. Destaque também para MRV (MRVE3; +7,24%) e Minerva (BEEF3; +6,28%). Na ponta oposta, Pão de Açúcar (PCAR3; -10,36%), Raízen (RAIZ4; -2,90%) e SLC Agrícola (SLCE3; -2,43%).

Confira:

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“O Ibovespa teve alta de 1% e se reaproximou dos 135 mil pontos, com várias empresas reportando resultados acima do esperado, como Itaú, o que deu apoio também a empresas com exposição ao ciclo doméstico”, diz Guilherme Petris, operador de renda variável da Manchester Investimentos. Dessa forma, o índice de consumo (ICON) avançou 3,25% na sessão, bem à frente do observado no IMAT, o índice de materiais básicos, correlacionado à demanda externa, em leve alta de 0,16% nesta quarta-feira.

Também na visão do analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a performance do Ibovespa refletiu a repercussão positiva de balanços corporativos, em um dia também de apetite a risco no exterior e fluxos positivos para mercados emergentes.

Em Nova York, o S&P, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,73%, com resultados de empresas também sob os holofotes, além de expectativas sobre cortes de juros nos Estados Unidos no próximo mês após dados econômicos mais fracos divulgados recentemente.

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De acordo com o analista Arthur Barbosa, da Aware Investments, a perspectiva de moderação na atividade econômica dos EUA aumentou as apostas por novos cortes de juros pelo Federal Reserve em 2025. “Isso tem reduzido os prêmios de risco para investimentos em mercados emergentes, como o Brasil.”

Apesar da percepção de agentes em relação a fluxos, dados da B3 ainda mostram um saldo negativo nos dados de capital externo no mercado secundário, com agosto registrando saída líquida de R$ 433 milhões nos dois primeiros pregões do mês.

Após uma série de resultados trimestrais conhecidos entre o fechamento da terça-feira e a abertura desta quarta-feira, uma nova bateria de números está prevista para o final do dia, incluindo dados Braskem (BRKM5), Cogna (COGN3), Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET3;ELET6), Minerva (BEEF3), Hypera (HYPE3), Rede D’Or (RDOR3) e Suzano (SUZB3).

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)



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