O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado 23 que a ofensiva do governo de Donald Trump contra o Brasil é uma “atitude hostil” e que os Estados Unidos buscam “livrar a cara dos golpistas” e reabilitar a extrema-direita no País. As falas do ministro foram durante um evento sobre a conjuntura política nacional e internacional na sede nacional do PT, em Brasília.
“O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Temos tamanho, densidade e importância para manter e garantir nossa soberania […] as tratativas estavam andando muito bem, até que essa atitude hostil nos surpreendeu”, disse. Sem citar nomes, o chefe da Fazenda ainda criticou a ação de grupos de extrema-direita brasileiros “que de patrióticos não têm absolutamente nada”.
O ministro ainda citou as conversas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores que foram reveladas pela Polícia Federal. “Vimos pelas mensagens trocadas que o único objetivo era livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade essa hostilidade que não reabilitar a extrema-direita no Brasil“, completou.
Na quarta-feira 20 a Polícia Federal indiciou o ex-capitão por por coação no curso do processo sobre a tentativa de golpe de Estado. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também foi indiciado no caso.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também participou do debate e afirmou neste sábado que a orientação do presidente Lula é negociar para reduzir o tarifaço de 50% a produtos brasileiros.
“Não tem a menor justificativa colocar essa tarifa”, afirmou. “Dos dez produtos que mais exportam ao Brasil, oito não pagam imposto. É absolutamente zero. A média tarifária é de 2,7%, baixíssima. E eles têm superávit na balança comercial, tanto de bens quanto de serviços”, completou.