A Polícia Federal (PF) voltou a prender, hoje (12) o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como principal operador do suposto esquema de venda e sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A nova busca, realizada na residência do investigado em Primavera do Leste (231 km de Cuiabá), cumpriu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pediu a substituição da prisão domiciliar pelo regime fechado.
O lobista já havia sido preso preventivamente em 26 de novembro de 2024, mas deixou o presídio federal de Brasília, em 18 de julho, devido à avaliação de que sua saúde estava frágil. A decisão que transferiu Andreson Gonçalves do presídio para a prisão domiciliar se apoiava em um laudo médico e em imagens que mostravam magreza extrema e evidente fragilidade de saúde.
Em outubro passado, ele também havia sido alvo de busca e apreensão. Na ocasião, o segurança dele foi preso por ocultar um celular que o lobista estaria utilizando de forma irregular. A nova decisão indica que o STF considerou Andreson clinicamente recuperado e converterá sua prisão. Ele alega inocência e ainda não foi a julgamento.
A defesa do investigado, feita pelo advogado Eugênio Pacelli, classificou a nova decisão como “tão surpreendente quanto desfundamentada”, afirmando que o STF ignorou o laudo do IML e os exames médicos que atestavam sua condição clínica, ao se basear em “50 minutos de avaliação feita por dois policiais médicos na casa dele”.
O lobista foi preso no âmbito da operação “Sisamnes”, que investiga crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. O esquema de venda de sentença veio à tona, após a análise do celular do advogado Renato Neri, assassinado em Cuiabá.
O conteúdo obtido pela polícia revelou as conversas sobre a negociação de sentenças. As investigações indicam que o lobista tinha acesso a minutas de decisões judiciais antes mesmo de serem proferidas publicamente pelos magistrados, o que comprovaria sua influência nos tribunais.





