O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja‑MT) afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) não tem poder de influência para provocar a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e defendeu que a responsabilidade de reverter a medida e despolitizar as negociações é inteiramente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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“A maior autoridade do país é o presidente da República, ele tem que buscar o diálogo, se mostrar aberto ao diálogo. O deputado não tem toda essa influência, talvez ele pense que tenha ou algumas pessoas queiram usar isso. O momento não é de politização, é de nacionalismo, pensar no nosso país, no desenvolvimento, na geração de empregos”, disse.
O anúncio do “tarifaço” de 50% por Donald Trump, com vigência a partir de 1º de agosto, desencadeou um embate político no Brasil. Aliados do governo Lula acusam que ações ligadas à família Bolsonaro, especialmente Eduardo, teriam provocado ou agravado a crise, enquanto a oposição associa a deterioração das relações diplomáticas à participação brasileira nos Brics.
Para Beber, o Brasil deve adotar postura pragmática e buscar convergência com os EUA, citando que outros países com divergências diplomáticas, como Índia e Rússia, mantêm canais de comunicação. “Não tem como vencer uma guerra que nós não temos como ganhar, temos que reconhecer o tamanho deles. Agora é saber negociar e tentar fazer o melhor.”
O dirigente disse ainda que “é fácil despolitizar” e que isso significa “deixar a política partidária e a ideologia de lado e ir para o diálogo, independente”. Segundo ele, nações de diferentes espectros ideológicos negociam com os Estados Unidos, e o Brasil deve fazer o mesmo.
Na avaliação da Aprosoja‑MT, o setor ainda não sofreu impactos diretos na cadeia de soja e milho. O presidente Lucas Costa Beber apontou que, ao não tributar combustíveis, um alívio para quem depende do diesel para a produção e transporte dos grãos, a medida ainda não atingiu os produtores diretamente. No entanto, ele advertiu que novas sanções podem interromper esse cenário favorável e colocar em risco a segurança alimentar, a estabilidade econômica e o posicionamento do Brasil no mercado internacional
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