Reconduzido nesta quarta-feira (26) para mais dois anos à frente do Tribunal de Contas (TCE-MT), o conselheiro Sérgio Ricardo relembrou os tempos em que disputou cargos eletivos e avaliou que as redes sociais, aliadas à inteligência artificial e à disseminação de fake news, devem aumentar a desconfiança dos eleitores nas eleições de 2026.
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Ao falar com a imprensa após a cerimônia de posse, Sérgio Ricardo defendeu que o contato direto com a população segue sendo mais eficiente que a atuação nas redes sociais. Segundo ele, os eleitores tendem a confiar mais em candidatos presentes fisicamente nos bairros do que em conteúdos virtuais cuja veracidade é cada vez mais difícil de comprovar.
“A população vai ficar um pouco desconfiada, porque tem muita fake news. Tenho visto cada coisa que não é verdadeira, reportagens, repórteres que não existem. Estão montando tudo”, afirmou o presidente do TCE. “Se eu fosse candidato, eu ia para a rua. Ficar no semáforo o dia inteiro pedindo voto.”
Sérgio Ricardo também recordou estratégias de campanhas anteriores, quando utilizava ônibus de som, programas de televisão e placas distribuídas em pontos estratégicos de Cuiabá e Várzea Grande para alcançar o eleitorado. Ele destacou que, mesmo antes do advento das redes sociais, já adotava métodos planejados de comunicação direta.
“Eu tinha 50 rotatórias mapeadas. Em uma noite, colocava as placas e, no outro dia, todo mundo já sabia que eu era candidato. Fizemos estudo científico, medindo o fluxo de carros. Pegava as saídas dos bairros. Era uma campanha de rua, com olho no olho”, disse.
O conselheiro também citou o antigo Orkut como exemplo de um tempo em que, segundo ele, as redes sociais ainda funcionavam de forma mais autêntica. “Na minha última campanha, tive 87 mil votos, sendo 47 mil só em Cuiabá. Já existia o Orkut, e lá era diferente. As pessoas pediam voto de verdade. Hoje, com tanta montagem, vai ser difícil saber o que é real.”
Antes de ingressar no TCE, Sérgio Ricardo teve carreira política como vereador de Cuiabá (2000-2002) e deputado estadual por dois mandatos consecutivos, entre 2002 e 2010. Desde 2012 é conselheiro do Tribunal de Contas.
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