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Prisão domiciliar de Bolsonaro traz ruído de curto prazo ao mercado, diz economista


Investidores nacionais ficam de olho nesta terça-feira (5) nos desdobramentos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e os possíveis impactos nas negociações tarifárias com os Estados Unidos.

Na noite da véspera, o EWZ, iShares MSCI Brazil, ETF (fundo de índice) que representa os ADRs (recibo das ações de empresas listadas na bolsa de NY) brasileiros, chegou a cair cerca de 1% e, nesta terça, a baixa é de 0,59%, a US$ 26,77, às 7h55 (horário de Brasília).

Na noite de ontem, os EUA condenaram decisão do Supremo Tribunal Federal de colocar Bolsonaro em prisão domiciliar antes do julgamento em que é réu por tentativa de golpe de Estado, às vésperas da entrada em vigor de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por considerar que houve reincidência do descumprimento de medidas cautelares.

Dan Kawa, economista e especialista em fundos de investimento, aponta que a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro traz mais ruído de curto-prazo e pode causar volatilidade esporádica.

Contudo, aponta, ajuda a afunilar e começar a definir a corrida eleitoral para presidente em 2026.

“Um cenário eleitoral mais claro, a depender dos candidatos, passados os ruídos de curto-prazo, podem reduzir a incerteza e trazer mais estabilidade a cena política nos próximos 12 meses. De qualquer forma, no curto-prazo, o cenário de juros nos EUA e os fluxos globais devem continuar a se sobrepor nos ativos brasileiros”, avaliou em postagem no X, antigo Twitter.

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Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o impacto imediato da prisão domiciliar recai sobre o Senado, em especial sobre o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que não pauta os pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes. Sob a justificativa de que se trata de uma ruptura institucional, Alcolumbre não permite que a excepcionalidade do tema, prevista na Constituição mediante a obrigação de fiscalização e punição da Câmara Alta, seja sequer discutida na Casa.

“Demais temas do dia de hoje serão ofuscados pelos debates sobre o futuro institucional brasileiro diante da atual conjuntura política e judiciária”, avalia.

Reações do governo americano

No mês passado, cabe ressaltar, Trump compartilhou uma carta que havia enviado a Bolsonaro, destacando “o tratamento terrível” que o ex-presidente brasileiro “estaria recebendo nas mãos de um sistema injusto”, escreveu ele. “Este julgamento deve terminar imediatamente”, reforçou.

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Relator das ações contra Bolsonaro no Supremo, Moraes foi alvo na semana passada de sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos de acordo com a Lei Magnitsky, sendo acusado de autorizar prisões arbitrárias antes de julgamento e de suprimir a liberdade de expressão.

No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto impondo uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, o que, segundo ele, tem o objetivo de interromper a “caça às bruxas” contra seu aliado Bolsonaro.

(com Reuters)



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