Início NACIONAL Quaest: desaprovação do governo Lula é de 53%. Aprovação registra 43%

Quaest: desaprovação do governo Lula é de 53%. Aprovação registra 43%


A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16/7), mostra que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 53%, enquanto a aprovação ficou em 43%.

O resultado mostra uma melhora em relação à pesquisa anterior (a pior desde o início do mandato), que registrava 57% de desaprovação e 40% de aprovação. A recuperação, segundo o levantamento, ocorreu especialmente fora das bases tradicionais de apoio do presidente.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 10 e 14 de julho, em entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Entre os entrevistados com renda mensal entre dois e cinco salários mínimos, a aprovação ao governo subiu de 39% para 43%. Já entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos, a taxa passou de 33% para 37%.

O crescimento também foi verificado entre pessoas com ensino superior completo, onde a aprovação avançou de 33% para 45%, enquanto a desaprovação caiu de 64% para 53%. No Sudeste, região mais populosa do país, a aprovação passou de 32% para 40%. Entre quem não é beneficiário do Bolsa Família, 41% disseram aprovar o governo.

Apesar da melhora nos números, a imagem pessoal de Lula segue dividida. Para 49% dos entrevistados, o presidente não é bem-intencionado, contra 45% que acreditam que ele tem boas intenções. Em relação às promessas de campanha, 69% afirmam que o petista não está conseguindo cumpri-las, enquanto 27% consideram que sim.

Conflito com Trump

O levantamento também avaliou a percepção da população sobre o recente embate entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A grande maioria dos entrevistados se posicionou contra a postura do norte-americano: 72% consideram que Trump está errado ao impor tarifas ao Brasil, e 79% acreditam que esse chamado “tarifaço” vai prejudicar a vida dos brasileiros.

Para 53%, Lula está certo ao reagir com medidas de reciprocidade. A percepção de que há perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também é questionada: 72% acham que Trump está errado ao usar esse argumento para justificar as tarifas, e 57% acreditam que ele não tem direito de criticar o processo em que Bolsonaro é réu.

Quando perguntados sobre quem está mais certo nesse embate, a maioria escolheu Lula e o PT (44%).

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Economia

Na área econômica, os dados mostram uma leve melhora na percepção da população. A proporção de pessoas que avaliam que a economia piorou nos últimos 12 meses caiu de 48% para 46%, enquanto os que dizem que ela melhorou subiram de 18% para 21%.

Para 76% dos entrevistados, o preço dos alimentos aumentou no último mês – número ligeiramente inferior aos 79% da rodada anterior. Já a percepção de alta na gasolina aumentou de 54% para 56%, e nas contas de água e luz, de 60% para 62%.

O poder de compra continua sendo apontado como inferior ao do ano passado por 80% dos brasileiros. Além disso, 56% afirmam que está mais difícil conseguir emprego atualmente do que há um ano contra 34% que acreditam estar mais fácil.

A expectativa para os próximos 12 meses também piorou: 43% acreditam que a economia vai piorar (eram 30% na pesquisa anterior), enquanto apenas 35% esperam melhora (ante 45% no levantamento anterior).

Governo e Congresso

O relacionamento entre o governo federal e o Congresso Nacional também foi tema da pesquisa. Para 79% dos entrevistados, o conflito entre os Poderes mais atrapalha do que ajuda o país.

Quando questionados sobre o acordo proposto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de solucionar a crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) entre os Poderes Executivo e Legislativo, 59% dos entrevistados defendem que o governo aceite a proposta. Já 25% preferem que o Palácio do Planalto mantenha o confronto.

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O presidente Lula (PT), ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP)

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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O presidente Lula (PT), ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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O presidente Lula (PT), ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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O presidente Lula (PT), ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

A avaliação geral do governo, que vinha se deteriorando desde dezembro de 2024, apresentou sinais de recuperação. A proporção de entrevistados que avaliam o governo negativamente caiu de 43% para 40%, e os que têm uma avaliação positiva subiram de 26% para 28%.

Tributação e gastos públicos

Sobre política fiscal, a opinião da população está dividida. Para 41%, a meta fiscal deveria ser alcançada por meio de cortes de gastos, e 40% defendem o aumento da arrecadação. Apenas 6% afirmam que nenhuma das duas alternativas seria adequada.

Além disso, 63% acreditam que o governo deve aumentar os impostos dos mais ricos, mas 53% rejeitam o discurso que contrapõe ricos e pobres, por entenderem que ele alimenta a polarização. Já 38% acham esse discurso necessário, por chamar atenção para privilégios de determinadas camadas sociais.

Ao serem perguntados se sentem representados pela atual agenda do governo, 59% disseram que não, e apenas 34% afirmaram que sim.

Preocupações

A violência segue como a principal preocupação dos brasileiros, sendo citada por 25% dos entrevistados, uma leve queda em relação aos 27% da pesquisa anterior. Os problemas sociais aparecem logo depois, com 20% das menções, ante 19% no levantamento de maio.



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