O investidor entra em dezembro atento: as projeções para o rebalanceamento do Ibovespa sugerem que mudanças importantes podem surgir nas prévias, com impacto direto sobre preços e volumes mesmo antes da confirmação oficial. O próximo rebalanceamento está agendado para 5 de janeiro, com prévias oficiais da B3 esperadas para 1º de dezembro, 15 de dezembro e 30 de dezembro.
Veja a seguir as primeiras apostas do mercado a respeito da dança das cadeiras nos índices da Bolsa.
Quem pode entrar
O Itaú BBA projeta a entrada de Copasa (CSMG3), que caminha para privatização, e Copel (CPLE3), visto que essas ações ultrapassam o limite do índice de negociabilidade estabelecido na metodologia do índice.
As estimativas apontam ponderações de 0,30% para CSMG3 e 0,74% para CPLE3. Vale destacar que a Copel já tem suas ações CPLE5 como parte do Ibovespa e, caso a migração da empresa para o Novo Mercado se concretize, as ponderações serão realocadas para CPLE3, mesmo antes do próximo rebalanceamento.
O BTG também espera o ingresso da Copasa no índice, com uma ponderação estimada de 0,31% e pressão de compra equivalente a aproximadamente 2,1 dias de negociação.
Continua depois da publicidade
Quem pode sair
Pelo lado das exclusões, o BBA espera a saída da ação da empresa de turismo CVC (CVCB3), uma vez que seus índices de negociabilidade estão agora fora da zona de segurança da metodologia do índice. Na mesma direção, o BTG acredita que CVCB3 será removida, enfrentando pressão de venda de cerca de um dia de negociação.
De olho em Tenda e GPS
Em relação a outras ações que podem aparecer nas prévias oficiais da B3, o BBA destaca que a construtora Tenda (TEND3) e o Grupo GPS (GGPS3) são as ações mais próximas do limite de inclusão, embora atualmente estejam fora dele. O banco vê uma baixa probabilidade dessas ações serem adicionadas neste rebalanceamento, mas são nomes para acompanhar em futuros ajustes na carteira do índice.
Alterações no IBrX-50 e no IBrX-100
Uma mudança esperada é adição ao IBrX-50, que acompanha 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado brasileiro, mas que, por enquanto, tem apenas 49 nomes, após a remoção da BRF durante o trimestre devido à sua fusão com a Marfrig.
Diante disso, o BTG espera que a SmartFit (SMFT3) e a Minerva (BEEF3) sejam adicionadas, enquanto a Hypera (HYPE3) deve sair do índice.
Já o IBrX-100 conta atualmente com 97 nomes, refletindo as ofertas públicas obrigatórias da Santos Brasil (STBP3) e da Serena (SRNA3), bem como a remoção da Ambipar (AMBP3) devido à recuperação judicial.
Continua depois da publicidade
As principais adições esperadas incluem Neoenergia (NEOE3), CBA (CBAV3), Casas Bahia (BHIA3) e Simpar (SIMH3), com a Eztec (EZTC3) provavelmente saindo.
O que esperar do índice small caps?
O BTG projeta as possíveis movimentações no Índice de Pequena Capitalização (SMALL). O banco aponta cinco potenciais inclusões: Hapvida (HAPV3), Grupo Mateus (GMAT3), Vitru (VTRU3), Desktop (DESK3) e Helbor (HBOR3), além de sete possíveis exclusões: Cosan (CSAN3), Panvel (PNVL3), Multilaser (MLAS3), Jalles Machado (JALL3), Viveo (VVEO3), Amob (AMOB3) e Recrusul (RCSL3).
Segundo o BTG, as entradas esperadas de Vitru, Desktop e Helbor são justificadas pela melhora em seus indicadores de liquidez, que agora atendem aos limites de elegibilidade. Hapvida e Grupo Mateus deve ingressar no índice devido ao declínio em seus valores de mercado, enquanto Cosan (CSAN3) tende a ser excluída por aumento de valor de mercado após sua oferta subsequente.
Continua depois da publicidade
Os demais papéis devem ser removidos do índice em razão da queda em seus indicadores de liquidez, conforme estimativas do BTG.
Como as mudanças impactam as ações
Fazer parte de um dos índices da Bolsa é algo bastante importante para uma empresa. As ações que são incluídas nos ṕrincipais índices da B3 são alvo de compra por parte dos fundos, o que aumenta as negociações delas em torno da data de anúncio e do rebalanceamento, o que pode causar um aumento de preço temporário, destaca a XP.
Além disso, os fundos passivos e ETFs, aqueles que buscam replicar o retorno de um índice, passam a comprar os ativos adicionados ao marcador, o que também tende a puxar os preços para cima com o tempo.
Continua depois da publicidade
Isso sem contar os investidores em geral, que passam a olhar mais para esses ativos, o que tende a elevar a liquidez dos papéis, diminuindo os custos de capital, mais uma vez ajudando em uma possível alta de preços.





