Neste ano, 13 empresas já pagaram mais de R$ 3 bilhões aos acionistas, seja na forma de dividendos, seja como Juros sobre Capital Próprio, o JCP, com destaque para os bancos e empresas ligadas a commodities.
Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, até setembro, os maiores valores foram pagos pela Petrobras (PETR4), com R$ 37,3 bilhões, Itaú Unibanco (ITUB4), com 28,2 bilhões, Vale (VALE3), com R$ 19,456 bilhões e Ambev (ABEV3), com R$ 10,8 bilhões.
Somadas, as 13 empresas entregaram aos investidores R$ 158,8 bilhões até setembro aos investidores, um valor 3,8% maior que os R$ 153,0 bilhões do mesmo período do ano passado.
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| Empresa | Setor | 1º Tri* | 2° Tri* | 3º Tri* | No ano* | Em 2024* |
| Petrobras (PETR4) | Petróleo | 16.737 | 9.598 | 11.024 | 37.359 | 67.740 |
| ItauUnibanco (ITUB4) | Bancos | 20.589 | 715 | 6.919 | 28.223 | 21.437 |
| Vale (VALE3) | Mineração | 11.365 | 0 | 8.091 | 19.456 | 20.662 |
| Ambev S/A (ABEV3) | Bebidas | 6.611 | 2.081 | 2.082 | 10.774 | 188 |
| Itausa (ITSA4) | Holdings | 6.599 | 925 | 2.608 | 10.132 | 7.825 |
| Bradesco (BBDC4) | Bancos | 3.996 | 2.079 | 3.089 | 9.164 | 5.872 |
| Banco do Brasil (BBAS3) | Bancos | 5.014 | 2.435 | 1.226 | 8.675 | 12.737 |
| BBSeguridade (BBSE3) | Seguradoras | 4.504 | 0 | 3.770 | 8.274 | 5.193 |
| Axia Energia (AXIA3) | Energia | 2.192 | 1.805 | 3.985 | 7.982 | 1.176 |
| Santander BR (SANB3) | Bancos | 1.582 | 2.295 | 3.888 | 7.765 | 4.267 |
| BTGP Banco (BPAC3) | Bancos | 1.720 | 0 | 2.300 | 4.020 | 2.955 |
| Marfrig (MRFG3) | Carnes | 0 | 0 | 3.846 | 3.846 | 0 |
| Weg (WEGE3) | Motores | 1.809 | 2 | 1.355 | 3.166 | 2.937 |
| Total | 82.718 | 21.935 | 54.183 | 158.836 | 153.029 |
Os dados mostram também uma forte concentração na distribuição de lucros das companhias na bolsa. O valor pago pelas 13 maiores representa 71,5% do total de R$ 222,3 bilhões distribuídos por 308 companhias da Bovespa neste ano até setembro. No ano passado, essa concentração era ainda maior, com 73,2% do total de R$ 209,1 bilhões distribuídos.
Das 13 maiores pagadoras de dividendos no ano, cinco são bancos e duas são ligadas ao setor, caso da Itaúsa (controladora do Itaú Unibanco), e da BB Seguridade (do Banco do Brasil). Ou seja, mais da metade é ligada ao setor financeiro. Em seguida aparecem as empresas de commodities, como Petrobras, Vale e Marfrig. No setor industrial, há apenas a Ambev, fabricante de bebidas, e Weg, que produz motores elétricos e compressores.
Padrão recorrente
O recorte mostra os valores efetivamente pagos neste ano aos acionistas, ainda que parte deles se refira a resultados de trimestres anteriores, explica Einar Rivero, da Elos Ayta, autor do estudo. “A fotografia de 2025 revela um padrão recorrente nos ciclos de remuneração de acionistas no Brasil: o protagonismo de setores tradicionais, com caixa robusto, previsibilidade operacional e capacidade de atravessar cenários de juros altos ou economia mais fria sem comprometer sua política de distribuição”, diz.
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Mais de R$ 1 bi por trimestre
Outra informação relevante do estudo é que seis companhias desembolsaram mais de R$ 1 bilhão em cada trimestre de 2025, sinalizando consistência na geração de caixa: Petrobras, Ambev, Bradesco, Banco do Brasil, Axia Energia e Santander Brasil. “É um grupo seleto que combina setores perenes, como bancos e bebidas, com áreas que surfam tendências estruturais, como energia elétrica”, avalia Einar.
Considerando 308 empresas da bolsa, o valor pago em dividendos no ano, de R$ 222,2 bilhões, supera em 6,3% os R$ 209,0 bilhões do mesmo período do ano passado.
Apenas no terceiro trimestre, o valor pago alcançou R$ 71,5 bilhões, aumento de 22,4% sobre o ano anterior.
Excluindo Petrobras, o valor pago no terceiro trimestre cai para R$ R$ 60,5 bilhões, alta de 32,4% sobre o mesmo período de 2024.





