A presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, afirmou, em coletiva de imprensa sobre os resultados do segundo trimestre de 2025 nesta sexta (15), que o “componente político” presente no banco e na carteira de agro é o “componente país”.
A executiva respondeu a críticas de que o banco teria um viés político em sua carteira de crédito. Segundo Tarciana, a inadimplência vem de grandes produtores (cerca de 20 mil clientes), não de pequenos produtores no agro.
Sobre fortes quedas que o papel sofreu nas últimas semanas, apesar de operar em alta na maioria da sessão desta sexta-feira, a presidente afirmou: “Quem tem, mantenha, quem não tem, compre”. O diretor financeiro da companhia, Geovanne Tobias, afirmou que o capital dos investidores está sendo muito bem cuidado e será remunerado.

A divisão de crédito do agro foi destaque na coletiva e tem sido alvo de atenção de investidores nos últimos meses. O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, Felipe Prince, destacou a importância de maior seletividade na análise das garantias no segmento para elevar a proteção da carteira do agronegócio. “Está dentro da nossa estratégia”, afirma, garantindo que já haverá novas garantias a partir do terceiro trimestre. “Estamos avaliando todo cenário e o risco”, diz.
“Parte dos clientes inadimplentes plantaram já em 2025, estamos esperando renegociações”, diz a presidente do banco. “Não é uma questão sistêmica de toda a carteira do agro, são 20 mil clientes e sabemos exatamente quem são. Estamos seguros da busca desses clientes e da cobrança”.
A executiva destacou que, dentre os clientes que operam atualmente em recuperação judicial, nem todos, de fato, precisavam estar. No entanto, a diretoria não comenta casos específicos, ainda que considere não tiver sido a medida mais adequada para todos os clientes em RJ (mais de 800).