Apesar da complexidade clínica, o laudo afirma que não há risco imediato de morte. Com base na documentação analisada e na visita médica, a perita listou um conjunto de diagnósticos.
Embora apresente distúrbio depressivo e dificuldades relacionadas ao sono, desde o início da detenção não foram registrados comportamentos autolesivos, e Zambelli se mostrou lúcida e adequada nas entrevistas clínicas.
Trecho do documento
A perícia também destaca o acompanhamento psiquiátrico regular de Zambelli. A especialista em medicina legal ressalta que uma das condições apresentadas pela brasileira não representa risco imediato.
Na conclusão, a médica aponta que as enfermidades são compatíveis com o regime carcerário. Diz ainda que os tratamentos necessários podem ser realizados dentro da prisão, que o eventual traslado aéreo ao Brasil é possível e que a viagem não representaria risco de consequências graves, desde que observadas as orientações médicas.
A decisão de realizar a perícia foi tomada durante a audiência de 13 de agosto. Naquela data, Zambelli passou mal no tribunal e foi atendida por um médico do sistema nacional de saúde italiano. Os juízes solicitaram esclarecimentos sobre: o quadro clínico atual da parlamentar e os tratamentos necessários; a possibilidade de que as terapias possam ser realizadas em regime prisional e a viabilidade de um traslado aéreo internacional sem risco de consequências graves.
A perita teve acesso à íntegra da documentação clínica de Zambelli. Também consultou o Diário Clínico da prisão —que reúne todos os registros médicos desde a entrada da deputada na unidade— e um parecer técnico indireto de caráter médico, neuropsiquiátrico e psicológico-forense produzido por especialistas brasileiros.