Início FINANÇAS Seis ações de destaque em meio à correção recente da Bolsa brasileira

Seis ações de destaque em meio à correção recente da Bolsa brasileira


Após a recente queda de 7% em dólares das ações brasileiras em relação ao pico, o Itaú BBA avaliou os principais indicadores de valuation do mercado, adotando uma abordagem top down (olhando para a economia primeiro e depois para as empresas).

Na visão da equipe, o Brasil se destaca positivamente no contexto global e entre os mercados emergentes, especialmente em termos de qualidade, com um retorno sobre patrimônio (ROE) elevado projetado para 2025 e múltiplos de preço sobre lucro (P/L) em níveis historicamente baixos. O índice MSCI Brasil, por exemplo, está sendo negociado a 8,3 vezes o lucro estimado, o que representa um desconto de 20,4% em relação à média dos últimos cinco anos.

Em termos de composição setorial, sete de dez setores da Bolsa brasileira negociam com desconto frente aos seus pares emergentes — as exceções são tecnologia da informação, industriais e utilities. Se o valuation brasileiro fosse ajustado com base na composição setorial média dos mercados emergentes, o múltiplo implícito seria de cerca de 14 vezes, levemente acima do índice emergente atual e próximo à mediana dos pares.

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A análise de quatro principais métricas de valuation (P/L, EV/Ebitda, P/VPA e earnings yield gap) mostra que o Ibovespa está negociando com desconto em três delas, sendo o mais expressivo no P/L. Os múltiplos são os seguintes: P/L (preço sobre lucro); EV/Ebitda (valor da firma/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação) e earnings yield gap (diferença dos rendimento dos lucros).

Já o earnings yield gap está em 5,2%, próximo à média histórica de 4,9%. Os múltiplos com base em dados passados também indicam desconto, ainda que em menor magnitude, com destaque para o EV/EBITDA (-0,69), seguido por P/L (-0,62), P/VPA (-0,57) e EYG (0,21).

No recorte setorial, 75% dos setores da Bolsa estão sendo negociados com desconto em relação às suas médias históricas de P/L. Agronegócio, bancos, siderurgia & mineração e utilities são as exceções, com leve prêmio.

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Por outro lado, os setores de educação, saúde e transporte são os que apresentam os maiores descontos. Ao considerar a difusão ajustada por capitalização de mercado — isto é, o percentual de ações que estão abaixo de sua média de cinco anos —, utilities, agronegócio e mineração aparecem entre os que têm menor proporção de papéis com desconto. Já pelo critério de earnings yield gap, 9 dos 15 setores analisados apresentam rendimento abaixo da média histórica.

Em relação ao estilo de investimento, o BBA observa que as ações de valor seguem com desconto de cerca de 7% frente à média, enquanto as ações de crescimento estão alinhadas ao seu histórico. Entre os destaques positivos estão as estatais e empresas com receita em dólares, que apresentam os menores múltiplos de P/L no mercado.

Com base na combinação de valuation atrativo, qualidade, perspectiva de revisões positivas de lucro e bom retorno (carry), o Itaú BBA destacou seis ações preferidas no atual cenário: Direcional (DIRR3), com ROE de 37%, revisões positivas e negociada a 7,5 vezes o lucro (P/L); Bradesco (BBDC4), com revisões positivas e sendo negociado abaixo de sua média histórica; Marcopolo (POMO4), com ROE de 29%, P/L de 6,8 vezes e 36% de desconto frente à média; Rede D’Or (RDOR3), que tem revisões positivas de lucro e negocia com 48% de desconto; Klabin, com EV/EBITDA de 6,3 vezes, 0,8 desvio-padrão abaixo da média histórica e ROE superior a 20%; e Vivara (VIVA3), que combina revisões positivas com um desconto de 45% em relação ao seu P/L histórico.



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