Os senadores dos Estados Unidos debateram até a madrugada de domingo 29 a proposta de lei orçamentária do presidente Donald Trump, um texto polêmico que pode deixar milhões de americanos sem atendimento médico.
O republicano busca consolidar seu legado com esta lei, que visa ampliar os cortes de seu primeiro mandato e reforçar a segurança nas fronteiras. Segundo a norma, o governo deixaria de arrecadar 4,5 trilhões de dólares (24,6 trilhões de reais).
O Senado iniciou oficialmente a discussão do pacote no sábado, mas os democratas, fortes opositores ao texto, insistiram que fosse lido na íntegra em plenário. A leitura das quase mil páginas adiou o debate por cerca de 16 horas.
Senadores republicanos já haviam adiado a abertura oficial do debate, com alguns buscando modificar a essência do texto antes da votação em plenário, que poderia ocorrer nesta segunda-feira.
“UM GRANDE PROJETO DE LEI, avançando muito bem! VAMOS TORNAR A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!”, publicou Trump no Truth Social na noite de domingo.
“O governo Trump reduziu significativamente os custos para o consumidor americano. Nunca houve nada parecido!”, acrescentou.
Se aprovado pelo Senado, o projeto de lei retornará à Câmara dos Representantes para aprovação, onde os republicanos poderão enfrentar opositores dentro de sua própria bancada.
Na quinta-feira 26, Trump instou os senadores a votarem a favor, apesar da resistência, e a adotarem o pacote, fundamental para sua sua agenda interna, o mais rápido possível. Mas os republicanos, de olho nas eleições de meio de mandato de 2026, estão divididos.
O projeto de lei deixaria milhões de americanos sem cobertura de saúde, principalmente por meio de cortes no Medicaid, a assistência sanitária para os americanos mais pobres, e aumentaria a dívida nacional em mais de 3 trilhões de dólares (16,42 trilhões de reais) até 2034, segundo estimativas do órgão independente The Congressional Budget Office (CBO).
Os críticos dizem que a lei cortaria o financiamento de dezenas de hospitais rurais e faria com que cerca de 8,6 milhões de pessoas perdessem o acesso a cuidados médicos.
Trump quer que o projeto de lei chegue à sua mesa até 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, mas reconhece que essa data é incerta.
A oposição democrata, minoria nas duas casas do Congresso, continua criticando os cortes de impostos para os mais ricos, que prejudicam a classe trabalhadora, duramente atingida pela inflação.