Início FINANÇAS Sete motivos para o Ibovespa não parar de renovar máximas históricas

Sete motivos para o Ibovespa não parar de renovar máximas históricas


O Ibovespa renovou máximas históricas. Esta frase, que antes parecia indicar um grande marco e ser vista esporadicamente, tornou-se rotina nas últimas semanas na B3.

Afinal, o que se tem visto são recorrentes quebras de recorde nominal do principal índice da Bolsa brasileira, que chegou a bater os 158 mil pontos nesta terça-feira (11) e registra alta superior a 30% no acumulado de 2025.

Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, avalia em relatório que este desempenho  destaca a força e a resiliência do principal índice do mercado de ações do país, mesmo diante de um cenário marcado por ruídos, desafios e incertezas. 

A analista ressalta a reviravolta do Ibovespa ao longo de 2025 uma vez que, no início do ano, o ambiente era de grande cautela, com investidores preocupados com as incertezas fiscais internas e a inflação persistente.

Além disso, fatores externos, como o anúncio histórico de tarifas comerciais nos Estados Unidos em 2 de abril, também contribuíram para um clima de volatilidade global.

Porém, o humor do mercado melhorou, com o índice chegando a novas máximas.  

Conforme aponta a analista da Rico, o principal motor dessa retomada foi a entrada expressiva de capital estrangeiro, que hoje representa mais de 50% do volume negociado no mercado à vista de ações no Brasil.

Abaixo, estão listados sete fatores são considerados destaques para o avanço do Ibovespa a novos e sucessivos recordes. Confira:

1 – Alívio técnico
No início do ano, o mercado mostrava bastante pessimismo, com preços das ações significativamente baixos em comparação ao histórico. O múltiplo Preço/Lucro (P/L) do Ibovespa chegou a 6,8 vezes (x), muito abaixo da média dos últimos 15 anos, que é de 10,8x. Com a redução dos ruídos domésticos, houve uma descompressão do risco, favorecendo a recuperação dos preços.

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2 – Preços atrativos e fundamentos sólidos
Muitas empresas brasileiras passaram a ser negociadas a múltiplos abaixo da média histórica, mas com fundamentos microeconômicos robustos, o que despertou o interesse dos investidores.

3 – Rotação de capital global
Em meio a um cenário de crescente incerteza nos Estados Unidos e um dólar mais fraco, houve uma migração de recursos para mercados emergentes, como o Brasil, em busca de melhores oportunidades.

4 – Início do ciclo de cortes de juros nos EUA

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 A expectativa de redução das taxas de juros americanas contribuiu para um ambiente mais favorável ao investimento em ativos de maior risco.

5 – Alívio nas tensões comerciais
Avanços diplomáticos entre as lideranças do Brasil e China com os Estados Unidos, contribuíram para melhorar o humor dos investidores no último mês.

6 – Juros no Brasil
Neste sentido, os acontecimentos mais recentes contribuíram para o ânimo da Bolsa. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reforçou na ata de terça-feira (11), referente à reunião da semana passada, quando manteve a Selic em 15%, ter maior convicção de que uma manutenção da taxa nesse patamar por período bastante prolongado fará com que cumpra o objetivo de levar a inflação à meta de 3%. Contudo, também escreveu no documento que dados de inflação seguem indicando uma dinâmica mais benigna que o esperado, e que passou a ver também alguma melhora na inflação de serviços. E removeu o trecho da ata de setembro que dizia que os núcleos de inflação se mantinham acima do valor compatível com a meta.

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Na visão de economistas do Bradesco, a comunicação adotada pelo BC sugere que está sendo construído o espaço necessário para o início do ciclo de cortes na Selic no começo do próximo ano. Os economistas do banco reiteraram previsão de corte de 0,25 ponto percentual em janeiro e estimam a taxa em 12% no final de 2026. O IBGE também divulgou nesta terça-feira que o IPCA subiu 0,09% em outubro, após alta de 0,48% no mês anterior. No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 4,68%. Os números vieram abaixo do estimado por analistas em pesquisa da Reuters de alta de 0,16% em outubro e de 4,75% em 12 meses, também aumentando o otimismo sobre ciclo de cortes de juros no Brasil no começo de 2026.

7 – Avanços para o fim do shutdown nos EUA

Nos Estados Unidos, há expectativa pelo fim, em breve, da paralisação do governo, que já dura mais de 40 dias, após o Senado americano ter aprovado um projeto para reabrir o governo. O texto segue agora para a Câmara. “Temos visto Ibovespa nas máximas, em meio à redução dos juros nos Estados Unidos, que começou em setembro, e hoje temos notícias de que o shutdown  do governo pode acabar. Mostra que o cenário para os EUA está entrando nos eixos”, diz Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)



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