Indicador no 3º mandato do petista teve melhor resultado em maio do ano passado, com 99 pontos, marca ainda inferior à pontuação mais positiva de Bolsonaro, com 92 pontos
Ao completar 2 anos e 6 meses de governo na 2ª feira (30.jun.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá um risco Brasil de 152 pontos –dado do fechamento de 6ª feira (27.jun). Essa marca é uma melhora relevante neste ano.
O risco Brasil em 1º de janeiro de 2025 era de 214 pontos. Houve uma melhora de 62 pontos.
Leia a trajetória diária do indicador em 2025:
Esse indicador mede a chance de um país cumprir ou não com suas obrigações financeiras. Quanto menos pontos, melhor a situação do país do ponto de vista econômico.
CÁLCULO
O risco país é calculado sobre o papel conhecido como CDS (Credit Default Swap), que é como um seguro contra calote da dívida de uma nação.
O cálculo se dá comparando rendimento de títulos da dívida de um país com papéis livres de risco de crédito –em geral, do Tesouro dos Estados Unidos.
Cada ponto-base corresponde a 0,01%. Neste caso, o risco Brasil equivale a 1,52%.
Eis um exemplo:
Se os títulos do Tesouro norte-americano estiverem rendendo 4% ao ano, os investidores exigirão que o Brasil pague 5,52% (4% + 1,52%) para que se arrisquem a comprar papéis da dívida brasileira.
LULA VS. BOLSONARO
O melhor resultado do governo Lula se deu em 15 de maio de 2024, quando o risco Brasil foi de 99 pontos –registrou uma queda abrupta na data, mas logo retornou para o patamar dos 140 pontos.
A marca ainda é inferior à melhor pontuação durante a Presidência de Jair Bolsonaro (PL), em 19 de fevereiro de 2020, quando atingiu 92 pontos.
Leia no gráfico abaixo um comparativo entre os 2 governos:
Leia no infográfico abaixo a trajetória do risco Brasil desde 2018:
FATORES
Ecio Costa, economista e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), avalia que o nível do risco Brasil não está tão baixo quanto poderia e menciona o período pré-pandemia de covid. Na sua visão, o patamar ainda “preocupa”.
Segundo o especialista, alguns fatores internos têm potencial de impactar a trajetória do indicador. “Dependerá muito, no cenário doméstico, de novas medidas que sejam anunciadas pelo governo para aumento ou redução de despesas, de aumento de impostos. As pesquisas eleitorais para o ano que vem podem influenciar também bastante”, declara.