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STF não aceitará coação ou obstrução, diz Moraes


Ministro afirmou que a soberania nacional “não será negociada nem extorquida” na análise da tentativa de golpe de Estado

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta 3ª feira (2.set.2025) que a Corte não cederá a tentativas de “coação ou obstrução”. A declaração foi feita na abertura do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros 7 réus acusados de tentar um golpe de Estado. Moraes ressaltou ainda que a soberania nacional “não será negociada nem extorquida”.

“Um país e sua Suprema Corte só têm a lamentar que, mais uma vez, na história republicana brasileira, tenha sido tentada a realização de um golpe de Estado, atentando contra as instituições e contra a própria democracia”, disse o ministro. Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), Bolsonaro liderou uma tentativa de ruptura democrática depois de ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela reeleição em 2022.

Assista (2min4s):

Ao iniciar a apresentação do seu relatório, Moraes afirmou que, ao longo do processo, houve “tentativas covardes e traiçoeiras” de pressionar o Supremo Tribunal, inclusive para constranger outros poderes da República. A fala foi um recado para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indiciado em agosto ao lado do pai pela PF (Polícia Federal) por coação no curso do processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

“Essas pressões, contudo, não afetaram a imparcialidade dos juízes nem deste Supremo Tribunal Federal. Nenhuma corte do mundo dá tanta publicidade a seus julgamentos quanto esta. Coragem institucional e defesa da soberania fazem parte da essência do STF. Esta Corte não aceitará coação ou obstrução. A soberania não será negociada nem extorquida. O STF sempre será inflexível na defesa da soberania nacional, da democracia e dos princípios constitucionais brasileiros”, declarou.

Assista (2min48s):

Imparcialidade

O relator da ação penal contra Bolsonaro afirmou que todos os réus serão julgados imparcialmente, como qualquer cidadão. “A independência judicial constitui um direito fundamental dos cidadãos, inclusive o direito a todos de uma tutela judicial efetiva e ao processo e julgamento por um tribunal independente e imparcial, pois não se consegue constituir um verdadeiro Estado democrático de direito sem a existência de um poder judicial autônomo para exercer a sua função de guardião da Constituição e das leis”, disse.

Moraes declarou ainda que os 8 acusados foram submetidos ao devido processo legal, com ampla defesa e oportunidade de contraditório. Afirmou que havendo prova da inocência ou qualquer dúvida “razoável” sobre a culpabilidade, eles serão absolvidos. “Esse é o papel do STF”, disse.

Assista ao vivo:

JULGAMENTO DE BOLSONARO

A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.

Integram a 1ª Turma do STF:

  • Alexandre de Moraes, relator da ação;
  • Flávio Dino;
  • Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma;
  • Cármen Lúcia;
  • Luiz Fux

Bolsonaro indicou 9 advogados para defendê-lo.

Os 3 principais são Celso Villardi, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Os demais integram os escritórios que atuam na defesa do ex-presidente.

Além de Bolsonaro, são réus: 

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. 

O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos. 

Se houver condenação, os ministros definirão a pena individualmente, considerando a participação de cada réu. As penas determinadas contra Jair Bolsonaro e os outros 7 acusados, no entanto, só serão cumpridas depois do trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidade de recurso.

Por ser ex-presidente, se condenado em trânsito julgado, Bolsonaro deve ficar preso em uma sala especial na Papuda, presídio federal em Brasília, ou na Superintendência da PF (Polícia Federal) na capital federal. 



FONTE

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