Secom-Câmara de Cuiabá
Em resposta às críticas, Michelly afirmou que a obesidade deve ser tratada como um problema de Saúde Pública
A destinação de uma emenda parlamentar, no valor de R$ 1,2 milhão, para a compra do medicamento Mounjaro, indicado no tratamento da obesidade, tem gerado críticas à vereadora Michelly Alencar (União Brasil), autora da proposta.
O repasse ocorre em um momento em que unidades de Saúde de Cuiabá enfrentam falta de medicamentos essenciais, como a dipirona, conforme apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Leia também:
Prefeitura apura descontos não pagos de consignados de servidores
Em resposta às críticas, Michelly afirmou que a obesidade deve ser tratada como um problema de Saúde Pública e que o medicamento atende a uma demanda que não é coberta atualmente pelo sistema municipal.
“Dipirona é importante? Muito. Eu sou fiscalizadora da Saúde e luto por isso. Mas, o Mounjaro também é. Obesidade é uma doença crônica. As pessoas morrem por causa disso”, disse a vereadora.
Segundo ela, medicamentos como a dipirona são de responsabilidade da gestão municipal, enquanto o tratamento da obesidade com medicamentos ainda não é ofertado na rede pública.
“Eu estou destinando para tratamento de uma doença crônica, de uma doença séria que mata as pessoas”, afirmou.
A parlamentar também comentou a repercussão do projeto e afirmou que há interpretações equivocadas sobre o objetivo da emenda.
“Estão achando que é para deixar as pessoas mais bonitas. Não é isso. É para combater uma doença grave, que leva a problemas cardíacos, AVCs e morte. […] Foram meses pesquisando evidências. É irresponsável criticar uma medida que pode transformar vidas”, completou.
Vale lembrar que, nesta semana, um relatório técnico do Ministério Público trouxe à tona problemas no fornecimento de medicamentos básicos em Cuiabá.
Durante vistoria realizada em 28 de maio, o MPMT identificou a falta de 39 dos 153 medicamentos obrigatórios previstos na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), o que representa 25% do total.
Entre os itens ausentes, estão amoxicilina, metformina, dipirona e medicamentos de uso controlado.
O relatório também apontou falhas na distribuição dos insumos, falta de transporte adequado e o descarte de aproximadamente 1 milhão de comprimidos de Enalapril, mesmo com demanda existente nas unidades.
CENTRO DE EMAGRECIMENTO – Na terça-feira (17), o prefeito Abilio Brunini (PL) anunciou a criação de um centro de emagrecimento, que funcionará no prédio da antiga Unic Barão, no bairro do Porto, onde será instalada a nova sede da Secretaria Municipal de Saúde.
O local contará com avaliação médica, encaminhamentos para exames e outras ações relacionadas ao tratamento da obesidade.
Durante o anúncio, o prefeito também informou que vai dobrar o valor da emenda destinada por Michelly Alencar, elevando o total para R$ 2,4 milhões.