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Mauro Mendes e Otaviano Pivetta são alvos de críticas em meio ao clima de insegurança em Mato Grosso
As mídias sociais, tão normais no dia-a-dia dos políticos e das pessoas comuns, foram ocupadas, nesta semana, por um assunto que, infelizmente, se tornou corriqueiro -o que não deveria acontecer -, diante da gravidade dos fatos.Trata-se dos muitos casos de feminicídio – já são 35, somente neste ano, número que Mato Grosso lidera há dois anos, numa extrema violência contra às mulheres.
Duas postagens ganharam também vertentes políticas.
A primeira cita o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que foi acusado de agredir a ex-esposa, Viviane Kawamoto Pivetta, que chegou a obter uma medida judicial que obrigava o ex-marido a manter distância dela, em agosto de 2021. Leia AQUI.
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A outra postagem é do ex-procurador, ex-senador e ex-governador Pedro Taques (sem partido), que atua no escritório AFG & Taques Advogados Associados, que patrocina a defesa da Associação dos Aprovados em Concurso Público para a Polícia Militar de Mato Grosso, que, decorridos quase dois anos do certeme, ainda não foram convocados.
Taques faz críticas ao governador Mauro Mendes (União) e afirma que “Segurança Pública se faz com polícia na rua, prevenção e presença do Estado” e que “o povo está pagando a conta da omissão do Governo”.
Na primeira postagem, o ex-vereador Maurício Gomes (PSD), de Sorriso (420 km ao Norte e Cuiabá), afirma que estava analisando alguns políticos, vereadores e secretários fazendo vídeos sobre o assassinato da fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro, de 33 anos, encontrada sem vida, no domingo (24), com cerca de 15 a 20 perfurações pelo corpo, vitima de feminicídio), em Sinop (503 km ao Norte de Cuiabá).
“O cara é um monstro. Matou ela com 15 facadas. No domingo passado, aqui em Sorriso, também uma mulher foi assassinada a tiros. Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, 24 anos. A vítima, inclusive, tinha uma medida protetiva da Justiça contra o ex-marido.
“Eu vejo toda a classe política fazendo vídeo, lamentando, que tem que ser lei maior. Homem que mata mulher, que agride mulher, não tem que ir para cadeia. Tem que morrer. É pena de morte”, diz o post do ex-vereador.
“Só que esses mesmos políticos, eu não vi eles fazendo sobre um político que, há algum tempo atrás, pegou a mulher dele e quase matou ela de tanto bater”, afirma o autor da postagem, se referindo ao vice-governador de Mato Grosso, que se envolveu em uma discussão, posteriormente, resolvida na Justiça, em Itapema, no litoral de Santa Catarina.
“Tem Boletim de Ocorrência, o Fantástico [da Rede Globo] mostrou! Porque eu não vi a grande mídia do Estado do Mato Grosso mostrando o que o Fantástico mostrou e que foi matéria de repercussão nacional e aqui ninguém falou nada”, acrescenta
Mais adiante ele afirma: “Até porque esse cara aí [se referindo a Otaviano Pivetta, sem citar o nome) diz que é pré-candidato ao Governo do Estado. Gente. É de mamando a caducando. Bateu em mulher, pode ser o Papa, tem que ir para a cadeia. Tem que morrer. É muito fácil ficar publicando os fatos de um qualquer, do interior, mas do bam-bam-bam da política, que bateu na esposa, deste não pode falar. Vamos parar de ser demagogo e senta o dedo e vamos divulgar este vídeo aos quatro cantos do Estado de Mato Grosso”..
A postagem do ex-governador Pedro Taques se inicia com uma entrevista do próprio governador Mauro Mendes, em aulamagna no Tribunal de Contas do Estado: “Por que a bandidagem cresce tanto? O que eu falei aqui. Que não adianta, eu tenho clareza para mim que não é nomear 5.000 policiais que vai resolver o problema da Segurança Pública. Não vai resolver. Eu vou botar um peso enorme para nós pagarmos essa conta. Para vocês pagarem, porque quem paga essa conta é o cidadão, porque qualquer decisão errada que eu tomar aqui quem paga a conta é todos nós. Somos todos nós”.
Então, Taques abre sua fala: “A ignorância não tem limite. O procurador de Justiça, Domingos Sávio, disse que o Mauro [Mendes] é ignorante, em se tratando de Segurança. Eu concordo com o Domingos Sávio sobre uma declaração dessas. Mato Grosso tem 5.000 policiais a menos”. Ele remete à situação para um comparativo entre o seu Governo e o atual.
Mais adiante, Pedro Taques afirma: “Mato Grosso é o quinto Estado do Brasil com menor número de policiais. Em 2016, nós tínhamos 8.400 policiais militares. Hoje, 6.300. Quem está pagando a conta é a mãe que perdeu o seu filho para o tráfico de drogas. É o pai que teve a sua filha violentada. É toda a sociedade que está com medo das facções. A responsabilidade é do Mauro Mendes. Você precisa chamar os policiais, aqueles aprovados em concurso que estão aí esperando há mais de dois anos. Segurança Pública se faz com polícia na rua, para evitar, prevenir a prática de crimes. Ignorância”.
Apesar de provocativas, as postagens têm argumentação importante, pois o nível de insegurança é cada dia maior, em que pese ser necessário reconhecer que o Estado faz investimentos, não se sabendo mensurar se no montante necessário.
Veja post do ex-vereador Maurício Gomes:





