O plano para mitigar os efeitos do tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump contra o Brasil está pronto e sendo refinado pelo governo, afirmou nesta quarta-feira (30) o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Segundo ele, o governo está atento aos efeitos causados pela medida tomada pelos Estados Unidos e pretende dar uma resposta racional por meio do pacote para permitir a estabilidade do cenário econômico. Ele afirmou que as ações devem incluir medidas de crédito.
“Nosso trabalho foi montar um plano de ação, então nós temos olhado do ponto de vista de mitigação dos efeitos sobre a economia brasileira. Isso está preparado, estamos aqui refinando”, afirmou durante entrevista sobre o resultado do Tesouro de junho.
Ceron não deu detalhes das iniciativas nem o quanto elas custariam ao Tesouro por dizer não ter autorização para aprofundar o assunto por enquanto. Segundo ele, ainda não há uma estimativa de quando o pacote será lançado e que a decisão depende do presidente Lula (PT).
Ele comparou as medidas àquelas tomadas durante as enchentes no Rio Grande do Sul, no ano passado, dizendo que as ações devem ser proporcionais ao efeito enfrentado. “Posso adiantar que ele vai ser, como nós mostramos, quando enfrentamos o desastre do Rio Grande do Sul. [Vamos] fazer coisas com racionalidade, na medida certa para gerar o efeito econômico proporcional de mitigação daquele efeito que está sendo enfrentado”, disse.
“Estamos atentos aos efeitos e com bastante técnica pensando de forma razoável e com bastante racionalidade sobre como se preparar para permitir que, enquanto esse cenário não se resolva definitivamente, a gente consiga ter instrumentos à disposição para dar o suporte na medida necessária, para que as coisas continuem bem como estão neste momento”, disse.
“Não necessariamente elas [as medidas] vão acontecer no mesmo tempo, para também sentir o avanço e a evolução do cenário. Mas o plano está pronto e, do nosso ponto de vista aqui, está tecnicamente com as opções colocadas”, disse.
O secretário afirmou ainda que as medidas anunciadas pelos EUA, com exceções a diferentes produtos, são melhores do que o cenário inicialmente desenhado —de sobretaxa de 50% a toda a pauta exportadora brasileira.
